A reificação como patologia social da sociedade moderna e o atuarismo criminológico : uma análise crítica a partir da criminologia do reconhecimento

Abstract

Este estudo analisa o fenômeno da reificação como uma patologia da sociedade moderna, que se caracteriza como uma espécie de distorção da razão causada por imperativos mercadológicos, os quais, no estágio atual, não somente dominam o mercado, senão também penetram na subjetividade e nas relações pessoais. A subjetividade, sob orientação mercantilista, é encarada como uma mercadoria, uma coisa que pode ser comercializada, não sendo mais reconhecida na sua potência vital. Será demonstrado que tal distorção da razão (a reificação) se expressa em um pensamento social indolente e descomprometido com relação ao outro, constituindo-se em uma patologia social que, além de impedir a autorrealização do sujeito, penetra no direito, imprimindo-lhe uma racionalidade econômica. Sob tal orientação, o direito é desfigurado a uma mera forma de calcular meios e fins, gerando uma desumanização. Por fim, o trabalho pretende iluminar o fenômeno criminológico a partir da teoria do reconhecimento, a fim de analisar criticamente o pensamento criminológico atuarial que consolida o processo de reificação no âmbito do controle penal.