INTERSECCIONALIDADE E SENSIBILIDADE JURÍDICA: os sentidos de justiça no cárcere gaúcho.

Abstract

O cárcere brasileiro, segundo indicadores oficiais, configura-se como uma instituição estatal que se pauta por certa seletividade ao constituir uma população que apresenta etnia, classe, idade, orientação sexual, entre outros marcadores da diferença característicos. A permanência desses indivíduos por longos períodos em contato obrigatório e sob o escrutínio e vigilância de pessoas que não conheciam e em situações hierárquicas por vezes distintas, institui um sistema social operativo peculiar que é a prisão. O acesso à criminalidade intra e extramuros, antes e durante o período de permanência no cárcere, inaugura normas diversas de convivência, distintas práticas de organização cotidiana, assim como modos peculiares de regulação de conflitos, todos impulsionados por sensibilidades jurídicas que emergem nesse contexto particular. Nesse sentido, o objetivo geral da investigação foi analisar os sentidos de justiça dos atores do sistema carcerário produzidos a partir das sensibilidades jurídicas e interseccionalidades potencializadas no sistema social operativo da prisão gaúcha